sábado, 7 de março de 2009

Os empresários não ajudam a pagar a crise?

Apesar dos apelos do Presidente da República, apesar das declarações do primeiro-ministro no congresso do PS no passado fim-de-semana, um trabalho de Ana Rute Silva e Raquel Almeida Correia no suplemento de Economia do Público desta sexta-feira verifica: "Entre as cotadas no principal índice da bolsa de Lisboa, só o BES vai propor uma redução de salários. Nas restantes 19 ninguém se compromete e mesmo nas maiores empresas públicas, 'tirar' dinheiro aos gestores de topo não parece ser uma prioridade."

Já sabíamos, de estudos feitos nos últimos anos, que a maior parte dos empresários portugueses não lia livros nem jornais, que muitos deles querem é lucros fáceis explorando imigrantes ou trabalho infantil, que outros usam ao limite trabalho temporário e precário. Agora, ficamos a saber que, afinal, a crise não é para todos - os patrões das maiores empresas do país não se sentem moralmente obrigados a participar nos sacrifícios que a todos são pedidos.

Escândalo não é a palavra certa. É de imoralidade e falta de princípios (solidariedade, exemplo, coerência) que se trata.

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