sábado, 21 de novembro de 2009

Qual choque de civilizações?

Não são as religiões a causa principal dos males da humanidade. É nos seus intérpretes que encontramos, absolutismos, lutas de poder, bipolarização entre bem e mal, "verdades" e "pecados", dominantes e dominados.

Foi num contexto parecido que o Profeta Muhammad [Maomé] se cruzou e conversou com os cristãos excluídos que escolheram outros caminhos de amor e fé, fugindo de alguma ortodoxia cristã. Com eles organizou tertúlias, procurou a fé, a razão, a saída da ignorância. Os ensinamentos de Jesus transmitidos por estes cristãos arabizados moldaram o pensamento e a espiritualidade árabe e muçulmana de formas profundas e desconhecidas.

Mawlana Rumi (séc XIII), por exemplo, um poeta sufi mundialmente conhecido, escreveu vários poemas sobre Jesus. Dizem que numa igreja cristã em Shiraz, no Irão, um verso de Rumi cravado em pedra, sobre a porta de entrada, diz o seguinte:

Onde Jesus vive, as pessoas de grande coração congregam.
Somos uma porta que nunca se tranca
Se sofres de qualquer tipo de dor,
Fica perto desta porta. Abre-a.

(Faranaz Keshavjee, em Crónicas de Uma Muçulmana
- excerto de um texto que pode ser lido na íntegra aqui.)

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