domingo, 28 de novembro de 2010

Anselmo Borges: A Igreja e os sinais dos tempos

Anselmo Borges no DN de 27 de Novembro de 2010:

"Não foi por acaso que a revelação sobre o uso do preservativo apareceu no mesmo dia em que o Papa impôs o barrete a mais 24 cardeais. No dia seguinte, lembrou-lhes que devem estar sempre junto de Cristo na cruz. Mas cá está! No meio de todo aquele aparato do Vaticano, há aqui uma contradição entre a pompa e a cruz. Há aquele texto do filósofo dinamarquês Sören Kierkegaard, que diz mais ou menos assim: vai Sua Excelência Reverendíssima o Bispo de Copenhaga, revestido de paramentos com filamentos de ouro e um báculo e uma mitra debruados de pedras preciosas, com todo o seu séquito em esplendor, senta-se num cadeirão de prata e dá início à sua homilia sobre a pobreza. E ninguém se ri!..."

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1 comentário:

João Delicado disse...

É a permanente tensão entre a Lei e o espírito da Lei, entre a estrutura e o corpo...

Como disse uma vez o Pe. Vasco Pinto de Magalhães: "ninguém gosta de esqueletos; e, de facto, esqueleto sem corpo além de não servir para nada, não é coisa bonita de se ver; mas o esqueleto é necessário para que o corpo tenha vida e forma e não seja amorfo".

Entre a rigidez de um esqueleto que não se mexe e o amorfismo de um corpo que também não se mexe, há o equilíbrio do corpo vertebrado que sabe para onde vai. É assim também com a Igreja.