quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O melhor de Portugal: por ele continuamos a existir

"Porquê e para quê - Pensar com esperança o Portugal de Hoje” é o título da mais recente obra de D. Manuel Clemente. O livro foi apresentado terça-feira à noite, no Palácio da Bolsa, no Porto, por Manuel António Pina, e recolhe 18 intervenções recentes (2009 e 2010) do bispo do Porto na área da cultura e da reflexão sobre Portugal.

No livro, edição da Assírio & Alvim, incluem-se textos como o da recepção do Prémio Pessoa, a entrevista ao Público feita por Teresa de Sousa, em Setembro deste ano, e ainda outros sobre temas como o centenário da I República, as repercussões das Invasões Francesas no catolicismo português, o diálogo entre religião e ciência, o monaquismo, a regionalização, e a trilogia liberdade-igualdade-fraternidade.

D. Manuel diz que a crise que Portugal vive é profunda, mas recorda que as dificuldades vividas no país ao longo de vários séculos nunca levaram ao fim da pátria, mesmo com todas as fragilidades de um país pequeno e periférico. Por mais pessimismo que o presente inspire, o bispo do Porto rejeita o conformismo e lembra que são agora bem mais visíveis os bons exemplos de esperança de gente concreta que procura dar a volta por cima.

Escreve o bispo do Porto: "O melhor de Portugal pouco aparece e não abre geralmente os noticiários. Mas existe e por ele mesmo continuamos nós a existir. Apesar de tudo, mas não apesar de nós."

Na introdução, a editora refere que o presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais “coloca em relação passado e presente, comum e singular, religioso e profano, as verdades penúltimas que seguimos e aquelas que se desenham misteriosamente últimas”.

Num “tempo português carregado de incertezas, esta antologia pretende documentar a vivacidade de um pensamento rigoroso e polifónico que se abre, e nos abre, à esperança”, acrescenta o texto de introdução à obra.

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